Por Liliam Benzi*

Ninguém duvida: a sustentabilidade continua a ser um desafio sistêmico e um driver de crescimento. E uma solução para trilhar este caminho desafiador é a junção de diferentes expertises. Foi esta pluralidade de áreas e de conhecimentos que norteou o segundo dia do Fórum Embalagem & Sustentabilidade organizado pelo Instituto de Embalagens na Casa da Perfumaria Brasileira, a sede da Natura.

Segundo os especialistas, para praticarmos de vez a economia circular precisamos:

• embalagens com eco design;
• educar o consumidor para que faça a sua parte;
• sistemas de coleta dos resíduos;
• separação eficiente;
• tecnologias de reciclagem;
• convencer o consumidor a aceitar o produto com PCR (resina reciclada pós-consumo).

Todos estes quesitos, permeados por uma máxima: verdade combina com honestidade que combina com sustentabilidade. Ou seja, bye bye greenwashing!

Todos também estão cada vez mais convencidos de que a produção de embalagens desempenha um papel fundamental na construção de uma economia circular. A embalagem é ainda uma grande oportunidade para materializar e comunicar o compromisso da marca/empresa/produto com a circularidade, reforçando seu propósito.

Empresas como a Irani, por exemplo, já trabalha com a chamada ‘intenção estratégica’ onde sustentabilidade é atitude que é comportamento. Esta relação de valor tem credibilidade e ganha mais capilaridade quanto mais as empresas cuidarem dos atores desta relação.

ESG também não é mais tendência; o conceito precisa ser a realidade de todos os negócios. Na Suvinil, uma forma de atingir estas metas foi trocando o ‘planejamento’ pelo ‘fazejamento’, ou seja, agir, aprender e construir.

E este agir foi ilustrado no Fórum com o projeto Fruta Imperfeita. Idealizada e colocada em pé por Roberto Fumio Matsuda, a iniciativa propõe um novo olhar para a imperfeição com uma ação prática: oferecer frutas e legumes “feios” que seriam descartados pelos pequenos agricultores, por um preço justo e, assim, ajudar a minimizar o gap entre falta X desperdício de alimentos. A fome é um produto do capitalismo e as perdas de frutas e legumes chegam a 50% da produção.

A partir do conceito e da cesta surpresa, entregue na casa de 2.000 assinantes semanalmente, em nove anos o Fruta Imperfeita já salvou 4.500 toneladas de alimentos e reutilizou 150 mil embalagens retornáveis (caixas de papelão).

Mas tudo isso é suficiente? Não, até porque sustentabilidade é um conceito circular e, portanto, não tem começo, meio e fim. Como sentenciou Assunta, diretora do Instituto e idealizadora do Fórum, “o fomento ao conhecimento é contínuo e fundamental para promover o desenvolvimento de embalagens melhores para um mundo melhor de maneira isenta e imparcial, dando voz a toda a cadeia e convidando todos os tipos de embalagem a participarem”.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).