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Que Tendências A Mintel Aponta Para O Setor De Embalagens?

Que tendências a Mintel aponta para o setor de embalagens?

Por Liliam Benzi*

A indústria de embalagens está em constante evolução, impulsionada por inovações tecnológicas, preocupações ambientais e mudanças nos comportamentos dos consumidores. Neste contexto, David Luttenberger, especialista da Mintel, compartilhou, a convite da WPO (Organização Mundial de Embalagem) e com base nas pesquisas da consultoria, as várias tendências-chave que estão moldando o futuro desta indústria e suas implicações.

Que tendências a Mintel aponta para o setor de embalagens?

  1. Responsabilidade Ampliada do Produtor (EPR)

Uma das principais tendências é a responsabilidade ampliada do produtor, uma abordagem que incentiva as empresas a assumirem a responsabilidade pelo ciclo de vida completo dos produtos que colocam no mercado, incluindo a gestão de resíduos. O objetivo é minimizar o impacto ambiental das embalagens e promover a economia circular. A implementação de EPR pode resultar em embalagens mais sustentáveis e em um maior compromisso das empresas com a reciclagem e com a reutilização dos materiais.

  1. Uso de conteúdo reciclado

O uso de materiais reciclados nas embalagens está crescendo rapidamente. Essa prática é impulsionada pela demanda dos consumidores por produtos com impacto ambiental positivo e pelas regulamentações governamentais que visam reduzir a quantidade de resíduos pós-consumo. Embalagens feitas com conteúdo reciclado ajudam a diminuir a dependência dos recursos naturais e, em alguns casos, reduzem a pegada de carbono dos produtos. Para os consumidores, as empresas que se alinham a esta tendência, demonstram um compromisso com a sustentabilidade e podem atrair consumidores conscientes.

  1. Estruturas barreira e mono material

A adoção de estruturas com barreiras e mono material é uma tendência importante para a indústria de embalagens. A reciclagem de embalagens produzidas com um único material é mais fácil e a transição para estas estruturas é um passo importante para melhorar a eficiência da reciclagem e apoiar a economia circular.

  1. Inteligência Artificial (IA) na revolução das embalagens

A inteligência artificial está desempenhando um papel transformador na indústria de embalagens no sentido de otimizar a produção, melhorar o controle de qualidade e desenvolver designs inovadores e sustentáveis. Algumas das aplicações de IA incluem:

– “Learnufacturing” que combina o aprendizado da máquina aos processos de produção, permitindo sua otimização, a redução de desperdícios e o aumento da eficiência.

– Responsabilidade 2.0 onde, com a ajuda de IA, as empresas monitoram e melhoram sua responsabilidade social e ambiental, identificando áreas para reduzir impactos e otimizar recursos.

– Design inteligente que utiliza IA para criar embalagens mais eficientes e atraentes, adaptadas às necessidades dos consumidores e às exigências ambientais.

Em linhas gerais, o uso de IA possibilita uma abordagem mais precisa e personalizada na criação de embalagens, resultando em produtos inovadores e sustentáveis.

  1. Pegada de carbono

Até 2030, a pegada de carbono total será reconhecida como a principal métrica de sustentabilidade. Isso significa que as empresas precisarão ser transparentes em relação às suas emissões de CO2 e trabalhar para reduzi-las. Hoje, 33% dos consumidores já afirmam que rótulos que mostram as emissões de CO2 os encorajariam a comprar por entenderem se tratar de produtos sustentáveis. Também é preciso acabar com informações confusas e comunicar os argumentos sobre sustentabilidade de forma clara e precisa, abordando todo o ciclo de vida do produto, desde a obtenção das matérias-primas até o seu descarte pós-consumo.

  1. “Paperização” das embalagens

A “paperização” é a tendência de substituir materiais de embalagem tradicionais por papel. Embora o plástico ainda domine o mercado de embalagens, há um movimento crescente em direção a esta substituição. Contudo, essa transição enfrenta desafios, como a durabilidade e a proteção oferecidos pelo plástico.

  1. Influência das mídias sociais nas compras

As mídias sociais têm um impacto significativo nas decisões de compra dos consumidores. Os influenciadores se tornaram ferramentas poderosas para promover produtos e engajar consumidores. Estima-se que 59% dos usuários de redes sociais sigam algum influenciador e que 47% dos consumidores comprem um produto após vê-lo promovido nas mídias sociais. As empresas devem explorar essas plataformas para aumentar a visibilidade de suas embalagens e produtos, utilizando influenciadores para alcançar um público mais amplo e diversificado.

  1. Alinhamento com os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU

As embalagens estão cada vez mais alinhadas aos ODSs, visando promover paz e prosperidade para as pessoas e para o planeta. No contexto dos 17 ODS, a pegada de carbono deverá ser o padrão global para avaliação das embalagens. Empresas que adotam esses padrões demonstram um compromisso com questões sociais e ambientais, e podem ganhar a confiança e lealdade dos consumidores. A pesquisa também mostrou que 49% dos consumidores já estão preparados para boicotar empresas que se comportem de maneira antiética.

Diante do exposto pela Mintel, no webinar da WPO, manter-se atualizado sobre as tendências de embalagem é essencial para as empresas que desejam permanecer competitivas e relevantes. O alinhamento a estas tendências e a oferta de soluções, não só ajuda a atender às expectativas dos consumidores, mas também contribui para um futuro mais sustentável. Empresas com esta mentalidade e atitude podem melhorar a imagem da marca, aumentar a satisfação do cliente e contribuir para a preservação do meio ambiente, além de garantir um futuro positivo para as próximas gerações.

 

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também é Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem) e está à frente da LDB Comunicação Empresarial desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).

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