Por Liliam Benzi*

Com esta provocação, a 12^a edição do Brasil em Código, organizada pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, levou profissionais, especialistas e personalidades do setor a discutirem o que estimula o momento atual e as transformações profundas e intensas que estamos vivendo e que já são consideradas a quinta revolução industrial.

Nos três palcos do evento – Realize, Inspire e Transforme – os experts compartilharam experiências e conceitos com a proposta de impulsionar o sucesso e os negócios dos profissionais e das empresas participantes.

Uma pesquisa realizada pela GS1 Brasil no final de 2023 sobre “Tendências de consumidores” identificou que os canais digitais são os preferidos quando o consumidor busca um produto. “Tudo começa pela forma como o consumidor pesquisa: 58% buscam sites de comparação de preços, 51% utilizam aplicativos no celular, 49% buscam opiniões em redes sociais e sites de avaliação de produtos, enquanto 44% acessam sites de lojas ou marketplaces”, explica o presidente da entidade, João Carlos de Oliveira.

A pesquisa identificou ainda que 55% dos consumidores verificam avaliações de outros compradores, sendo que 50% deles dizem valorizar a identificação clara dos produtos. As imagens dos produtos valorizam a escolha para 44% dos consumidores, e 42% prezam por um processo de compra rápido e sem burocracia. Portanto, oferecer uma experiência digital para os clientes é cada vez mais importante.

O estudo também apontou que os consumidores estão cada vez mais atentos às informações e utilizam o código de barras no processo de compra. E para 79% deles, as informações dos produtos devem ser idênticas tanto na loja física quanto na online. Tanto que 55% das pessoas usam o número do código de barras para se certificar de que estão visualizando o mesmo produto nos dois canais.

Transformação digital, da loja para a fábrica

Quando o assunto é melhorar a eficiência das operações industriais, a atenção recai sobre o Código 2D, também conhecido como QR Code ou códigos bidimensionais. Segundo a GS1 Brasil, a gestão de estoque ainda é a aplicação de maior interesse indicada por 50% dos respondentes de uma outra pesquisa. Outros 43% têm interesse em usar o código 2D para rastrear e ter maior visibilidade da cadeia de suprimentos. De modo geral, as empresas buscam mais eficiência e agilidade nos processos de automação.

Outras vantagens para as indústrias da adoção do QR code segundo João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil, é a aproximação dos clientes e o aumento da relevância no mercado. “As empresas que adotaram o QR Code Padrão GS1 em suas operações, relataram benefícios significativos na condução dos negócios com mais confiança e eficiência”, analisa.

A importância é tanta que já existe um esforço inovador e colaborativo para alavancar os padrões globais de eficiência, segurança e sustentabilidade nos setores de varejo e bens de consumo. Empresas que operam em mais de 150 países e alcançam bilhões de consumidores no mundo, se uniram no movimento Sunrise 2027 para garantir que até o final de 2027 o QR Code Padrão GS1 seja amplamente adotado.

Um esforço coordenado entre fabricantes e varejistas pelo qual os fabricantes começarão a implementar QR Codes com normas GS1 nas embalagens dos produtos, enquanto os varejistas garantirão que seus equipamentos no PDV estejam prontos para ler os novos códigos de barras.

A mudança começou com a nova tecnologia sendo testada em 48 países que representam 88% do PIB mundial. Entre as empresas que assinaram a declaração conjunta global, figuram clientes importantes do setor de embalagem como 7-Eleven, Alibaba.com, Barilla, Carrefour, Dr. Oetker, L’Oréal, Nestlé, Procter & Gamble, entre outras.

No Brasil, 35% das indústrias que ainda não adotaram Códigos 2D planejam inclui-lo como padrão em seus produtos nos próximos dois anos. No cenário latino-americano, 40% das indústrias expressam a mesma intenção, o que faz desse padrão uma tendência crescente num contexto de transformação da gestão de suprimentos e eficiência operacional. Hoje 21% das indústrias brasileiras já estampam Códigos 2D em suas embalagens contra 16% de toda a América Latina.

E para fechar o grande evento que foi o Brasil em Código, a GS1 levou para o palco principal Toni Nadal, ex-treinador e tio do tenista campeão Rafael Nadal. Ele encerrou o evento relatando suas experiências e perspectivas sobre gestão da adversidade, ação, simplicidade, auto exigência, respeito, compromisso, melhoria constante, e a importância de não sobrevalorizar os sucessos nem magnificar as derrotas.

Mas o que tênis tem a ver com transformação digital? Seja no esporte ou nas cadeias produtiva e de consumo, estamos falando de empenho e desempenho, num equilíbrio entre pessoas e tecnologias. Os desafios existem nos diferentes cenários, o importante é tomar consciência dos mesmos e estar pronto para entregar soluções sustentáveis economicamente, socialmente e ambientalmente. Principalmente, é preciso estar pronto para responder à pergunta: “O que move o seu agora?”.

*Liliam Benzi cobriu o Brasil em Código a convite da GS1 Brasil. Ela é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também é Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem) e está à frente da LDB Comunicação Empresarial desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).