Por Liliam Benzi* participou do Innovation Day a convite da ABRE. O que é considerado…
Materiais de embalagem sofrem com pressão inflacionária
Um dos vilões continua sendo o conflito Ucrânia-Rússia.
Liliam Benzi*
Um relatório recém-publicado pelo Rabobank (www.rabobank.com) e que mapeia a inflação dos materiais de embalagem dos últimos 12 meses na América do Norte, deixa claro que os efeitos do conflito Ucrânia-Rússia perdurarão até o final de 2022.
Embora os números sejam reflexo daquela região, é possível deduzir efeitos semelhantes na América do Sul e, porque não dizer, no mundo. A estimativa é que a pressão inflacionária nos materiais de embalagem mantenha-se na casa de dois dígitos este ano, tendo as embalagens para alimentos como carro-chefe.
O problema reside na inflação que recai sobre os custos de energia, transporte e mão-de-obra. E isso sim é uma realidade global, inclusive do Brasil. E tudo poderá ser agravado pelo conflito cuja duração já excedeu o esperado.
Mas antes do conflito, nos EUA, por exemplo, as fontes energéticas de base petróleo já representavam entre 3% e 8% dos gastos totais. Hoje, devido à alta no preço dos transportes, motivada pelo preço dos combustíveis, os especialistas preveem aumentos no custo de produção entre 2,3% e 3,6%.
Especificamente na área de embalagens plásticas, o Rabobank entende que nos últimos dois anos vários fatores levaram à inflação, entre eles questões climáticas, quebra da infraestrutura, COVID-19 e falta de mão de obra. Por outro lado, a demanda por resinas se manteve aquecida apesar da inflação sobre os materiais plásticos. O preço da resina PET, por exemplo, aumentou US$0.20/lb nos primeiros dois meses de 2022. Vale lembrar que a América do Norte tem uma forte dependência de materiais importados.
A volatilidade nos mercados globais de energia também está pressionando o preço das resinas para embalagem. Os fornecedores de PE (polietileno) anunciaram um aumento de $0,04/lb em março e outro de US$0,05/lb em abril. Já o poliestireno (PS), usado principalmente em embalagem para food service, aumentou US$0,05/lb. A previsão é que os preços se mantenham em alta globalmente. Nos EUA, espera-se que os aumentos deem uma acalmada graças às novas plantas que entram em operação este ano.
Luz no final do túnel para flexíveis
A boa notícia para a indústria de embalagens plásticas flexíveis vem de um outro estudo conduzido pela Markets & Markets (www.marketsandmarkets.com): este setor deverá testemunhar um crescimento importante no futuro puxado por alimentos, bebidas, cosméticos & cuidados pessoais, e produtos farmacêuticos. A previsão é que o valor desta indústria chegue a US$ 200,5 bilhões em 2025 contra os US$ 160,8 bilhões de 2020, ou seja, um crescimento de 4,5% no período.
Esta alavancagem vem também de ‘clientes’ antes mais tímidos como mercearia, medicamentos, carnes e vegetais que despontaram nos canais digitais de venda durante a pandemia. Mas são os pouches que se destacarão pelo aumento de alimentos processados adotando esta embalagem por sua leveza e conveniência. Os fabricantes de alimentos e bebidas também optarão pelos SUP (stand up pouches) para diferenciar os produtos no PDV a partir de formatos, designs, estilos e tamanhos exclusivos. E por trás dessa aceleração, está o e-commerce.
No frigir dos ovos, o Brasil se mantem como um importante player global de embalagens plásticas flexíveis. E se houver uma ação conjunta da cadeia de valor, será possível, mais uma vez, reverter as perdas e transformar os desafios em oportunidades.
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