Por Liliam Benzi* participou do Innovation Day a convite da ABRE. O que é considerado…
Indústria brasileira está mais digital
Por Liliam Benzi*
Pesquisa recém divulgada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias – www.portaldaindustria.com.br/cni) indica que as empresas brasileiras estão mais digitais do que há cinco anos como consequente da forte adesão a novas tecnologias para digitalização de processos e serviços. Em números isso significa que se em 2016, menos da metade (48%) delas usava alguma tecnologia digital, em 2021 esse número aumentou para 69%.Na ‘Sondagem Especial Indústria 4.0’, a CNI avaliou mais de mil empresas e buscou investigar o avanço do uso das tecnologias da chamada indústria 4.0 que prevê a digitalização da produção industrial para integrar as diferentes etapas da cadeia de valor, desde o desenvolvimento do produto até o seu uso final.
A pesquisa identificou ainda a adoção de 18 tipos de tecnologias digitais pelas empresas e seu uso em diferentes estágios da cadeia industrial (em 2016 foram listadas 10 tecnologias). Entre os principais benefícios reconhecidos pela indústria da adoção das tecnologias digitais, está o aumento de produtividade, a melhora da qualidade dos produtos e a diminuição dos custos de produção.
Mas a jornada ainda é longa visto que a falta conhecimento ainda é uma barreira a ser transposta para a adoção das tecnologias digitais. Sabe-se que a maioria das empresas utiliza uma baixa variedade de tecnologias o que indica estarem numa fase inicial do processo de digitalização. Ao todo, 31% dos entrevistados ainda não adotaram qualquer tecnologia digital; 26% utilizam de uma a três das 18 tecnologias listadas; e apenas 7% adotaram 10 ou mais delas.
Este baixo nível de variedades de tecnologias digitais adotadas também reforça a necessidade de não apenas continuar avançando no processo de adoção, mas também de alavancar o índice de integração dessas tecnologias para que os benefícios da indústria 4.0 sejam mais evidentes e significativos.
Outro importante entrave é o alto custo de implementação, apontado por 66% dos entrevistados como a principal barreira interna à adoção das tecnologias. Em seguida, empatados, estão: falta de conhecimento; falta de clareza sobre os retornos das tecnologias adotadas; e falta de estrutura e de cultura da empresa. Estes fatores são mencionados por 25% das empresas, além da falta de linhas de financiamento apropriadas.
Outro desafio é a falta de mão de obra qualificada. Para 37% das empresas, a falta de profissionais qualificados é uma barreira externa para adoção de tecnologias digitais. Em segundo lugar, aparece a barreira “Dificuldade para identificar tecnologias e parceiros”, assinalada por 33% das empresas. Já 29% das empresas consideram como um desafio o fato de o mercado não estar preparado (clientes e fornecedores).
Customização do produto impulsiona a digitalização
O uso da digitalização continua focado na melhoria de processos industriais. A automação digital com sensores para controle de processos ainda é a principal tecnologia em uso na indústria brasileira: 46% das empresas a utilizam, contra 27% em 2016. Considerando as 10 tecnologias mais utilizadas, sete são voltadas para o processo produtivo.
Os diferentes tipos de automação digital (sem sensores, com sensores e com identificação de produtos e condições operacionais) se destacam entre as tecnologias de processo produtivo mais utilizadas. A utilização da automação digital com sensores para identificação de produtos e condições operacionais/linhas flexíveis mais do que triplicou desde 2016, passando de 8% para 27% em 2021.
Esse aumento deve abrir caminho para o maior desenvolvimento de produtos customizáveis, onde as linhas flexíveis são essenciais. Além disso, a utilização da prototipagem rápida, impressão 3D e similares, outra tecnologia importante para customização, teve aumento em sua utilização. Em 2016, até 5% das empresas utilizavam essa tecnologia, hoje são 16%.
A complexidade das tecnologias digitais tem efeito em sua adoção. Por exemplo, as tecnologias com uso de inteligência artificial, como design assistido por inteligência artificial (4%) e aplicações de inteligência artificial para soluções na fábrica (9%), estão entre as menos adotadas, independentemente do porte de empresa.
Aumento da produtividade é o benefício mais reconhecido
Para a maior parte dos empresários consultados na pesquisa, o principal benefício da adoção de tecnologias digitais é o aumento da produtividade (72%), seguido por melhoria da qualidade dos produtos ou serviços e redução dos custos operacionais (60%). As melhorias no processo de tomada de decisão foram apontadas por 49% dos entrevistados, seguida pelo reconhecimento do aumento da segurança do trabalhador (38%).
Os benefícios obtidos também mostram que as tecnologias digitais conseguem trazer soluções específicas para cada setor. Por exemplo, o desenvolvimento de produtos ou serviços mais customizados foi indicado principalmente em setores onde as características dos produtos permitem maior customização, como máquinas, aparelhos e materiais elétricos (30%), calçados e suas partes (29%), veículos automotores, reboques e carrocerias (29%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e outros (24%) entre outros.
A íntegra da ‘Sondagem Especial Indústria 4.0’ da CNI pode ser acessada em www.portaldaindustria.com.br/cni/.
*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).
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