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Como fica a cadeia de suprimentos de alimentação com a Covid-19?

18 de Janeiro de 2021

Por Liliam Benzi*

Uma análise da consultoria internacional Bain & Company (www.bain.com) recentemente divulgada, aponta alguns problemas relacionados às oscilações de suprimento na cadeia de alimentação, não só no Brasil, como consequência da pandemia da Covid-19. E se a cadeia de alimentos é afetada, a indústria de embalagens deve ficar atenta já que os alimentos são responsáveis pelo consumo de cerca de 60% das embalagens produzidas no país.Entre estas consequências, o estudo destaca queda na demanda por etanol, inconsistência nas exportações e interrupções nas cadeias de suprimento de grãos e proteínas. Segundo os especialistas, embora a indústria agrícola enfrente incertezas intrínsecas a cada estação de cultivo, poucas empresas tinham experimentado, até então, o nível de incerteza verificado em 2020. Ou seja, além de lidarem com os resultados dependentes do clima e da situação dos mercados globais, no ano passado tiveram que lidar com a pandemia e seus reflexos nas pessoas, empresas e governos.O estudo faz uma análise mais aprofundada de cada uma das consequências identificadas, conforme segue abaixo.

Queda na demanda por etanol: Como os americanos se abrigaram em casa durante abril e maio, o uso de gasolina caiu cerca de 50%. Metade da produção de etanol nos Estados Unidos, que é derivada do milho, ficou fora do ar em abril e, embora as margens de produção e esmagamento tenham se recuperado com o aumento dos preços do petróleo em maio, a nova linha de base de longo prazo provavelmente ficará cerca de 20% abaixo de nossa norma histórica. Complicações semelhantes estão afetando a demanda por etanol de cana-de-açúcar brasileiro.

Colapso de refeições fora de casa: Cerca de metade de toda a carne bovina e de frango e três quartos da carne suína vendidas nos Estados Unidos são consumidos fora de casa. Com o fechamento dos restaurantes, o consumo fora de casa caiu drasticamente – mais da metade em todos os serviços de alimentação em até 90% em alguns estabelecimentos. As mudanças criaram um desalinhamento significativo entre o que os produtores são capazes de fazer – por exemplo, caixas de 40 lb projetadas para serviços de alimentação – e o que está em demanda – varejo menor e embalagens de consumo.

Interrupções nas cadeias de suprimento de grãos e proteínas: Os processadores de carne tiveram que primeiro se esforçar para reorientar sua produção de refeições fora de casa para distribuição no varejo. Então, sua própria suscetibilidade à pandemia se tornou um desafio ainda maior: surtos de Covid-19 em fábricas de carnes, laticínios e ovos forçaram o fechamento. No pico, a capacidade de carne bovina e suína caiu pela metade.

Efeitos sobre preços e gastos: essas interrupções podem reduzir os preços significativamente para três das safras mais importantes do mundo: milho, soja e cana-de-açúcar. Os preços das safras podem continuar a cair significativamente, impulsionados por uma tempestade perfeita de altos estoques iniciais, uma temporada de cultivo potencialmente robusta em 2020 e a destruição da demanda tanto para biocombustíveis quanto para ração animal.

A análise completa da Bain & Company pode ser acessada no link https://www.bain.com/insights/managing-uncertainty-in-the-food-supply-chain-during-the-pandemic/.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. 
Foi eleita Profissional do Ano 2018 pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).

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