Liliam Benzi* 

E a ABIEF esteve presente na K 2022, representada por seu Presidente, empresário Rogério Mani.

A celebração dos 70 anos da K (www.k-online.com), a maior e mais importante feira de plásticos e borracha do planeta, não poderia ser diferente: 3.037 expositores (de 60 países), ocupando 18 pavilhões e sendo visitados por 176 mil pessoas (de 157 países), durante os 08 dias de feira. Como tônica, a inovação a partir de múltiplas soluções em máquinas, materiais e produtos para a transformação rumo a um modelo de economia circular.

Ao final da jornada, uma certeza: a K foi um sucesso e segundo reportaram os expositores ela contribuiu, principalmente, para novos vínculos com os clientes e para a conclusão de vários negócios espontâneos. Ou seja, as necessidades do mercado estavam represadas e uma feira gigante como esta foi o cenário ideal para um recomeço de bons negócios.

Nem mesmo as incertezas políticas e econômicas atuais ofuscaram o desempenho das indústrias presentes à K. Ao contrário, tudo indica que os tempos turbulentos e a transformação do setor rumo à circularidade, foram ingredientes perfeitos para determinar os passos futuros do setor.

Mas existem bons motivos por trás deste sucesso. E um deles se chama tecnologia embarcada em matérias-primas, máquinas e sistemas de processamento dos plásticos não só para implementar a economia circular, mas também para garantir a conservação dos recursos naturais e a proteção do clima.

Como sentenciou Ulrich Reifenhäuser, Chairman do Conselho de Expositores da K 2022, “sentimos claramente que as empresas abraçaram a necessidade de assumirem sua responsabilidade social e pensarem sobre os plásticos de forma mais sustentável, desde o início da cadeia de processamento. A variedade de soluções, de máquinas e de produtos para a transformação com este apelo circular foi inacreditável nesta K.”

Outro aspecto importante, apesar das restrições de viagem em alguns países asiáticos, foi a internacionalização da feira. Foram 42% de visitantes estrangeiros, especialmente de países europeus –  Holanda, Itália, Turquia, França, Bélgica, Polônia e Espanha – e de nações como Estados Unidos, Brasil e Índia.

Cerca de 2/3 dos visitantes demonstraram maior interesse em máquinas e na construção de plantas. Outros 57% disseram buscar matérias-primas, com foco em materiais reciclados e bio plásticos. Para 28% deles, produtos semiacabados e peças técnicas de plástico e borracha foram a principal motivação para visitar a K.

Ou seja, as buscas estavam totalmente alinhadas aos três temas da feira: economia circular, proteção climática e digitalização. Sobre as intenções de investimento, máquinas e equipamentos para processamento e reciclagem foram a escolha de 43% dos visitantes, sendo que a ênfase recai sobre sustentabilidade, mas também sobre economia circular e uso mais eficiente de recursos e de energia na produção.

Dados oficiais da Messe Düsseldorf (www.messe-duesseldorf.de), organizadora da K, indicam uma produção global de plásticos de 390,7 milhões de toneladas em 2021, sendo que somente a Alemanha foi responsável por 21 milhões de toneladas. Entre os principais desafios do setor, são citados os gargalos da cadeia de abastecimento e a explosão dos preços da energia.

Das 390,7 milhões de toneladas de plásticos produzidas globalmente em 2021, vale destacar que 352,3 milhões de toneladas ainda foram derivadas de matérias-primas fósseis, e apenas 32,5 milhões de toneladas de plástico reciclado e 5,9 milhões de toneladas de bio plásticos.

Sobre a aplicação destes plásticos na Europa, as pesquisas da Plastics Europe (www.plasticseurope.org) apontam para a indústria de embalagem como o principal cliente, com 39% de participação, seguida por construção civil, com 21%, e indústria automotiva, com 9%.

Já a produção global de máquinas e equipamentos para plásticos e borracha, em 2021, totalizou 38,6 bilhões de Euros contra 34,2 bilhões de Euros registrados no ano anterior. Somente a China teve uma participação de 35% neste montante, seguida pela Alemanha, com 19,6% e Itália, com 7,1%. O ranking se manteve semelhante no comércio internacional: a China teve uma participação de 23,9% nas exportações globais de máquinas e equipamentos, seguida pela Alemanha, com 22%, Japão, 9,1% e Itália, 8,6%.

Enfim, o que vimos na K 2022 foi uma indústria ativa e pronta para enfrentar os vários desafios, especialmente os ambientais. Uma indústria que nunca esteve tão alinhada e foi tão unânime sobre as necessidades de ciclos operacionais e fechados em toda a cadeia de materiais. Uma indústria que está disposta a trabalhar de forma coesa no desenvolvimento de soluções para a compatibilidade ambiental, preservação de recursos e redução de desperdícios. Uma indústria disposta a assumir sua responsabilidade e a trabalhar para que o plástico seja uma solução estratégica para o futuro, e não um problema.

Entre outras atribuições, sem os plásticos o gerenciamento do clima mundial não será possível. Afinal o plástico permite construções mais leves, a mobilidade exigida pelos modelos digitais, e o uso de energia eólica e solar. E neste contexto o modelo de Economia Circular é de vital importância, enquanto a digitalização é indispensável para garantir a transparência e a eficiência do uso dos recursos.

E o que esperar do futuro? Certamente teremos mais uma grande demonstração do potencial da indústria mundial de plástico e borracha na próxima K. Marque na agenda: Düsseldorf (Alemanha) entre 08 e 15 de outubro de 2025!

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).