Por Liliam Benzi* participou do Innovation Day a convite da ABRE. O que é considerado…
O que significa quando uma empresa de embalagens cartonadas adquire uma empresa de flexíveis?
Por Liliam Benzi*
A alemã SIG, conhecida por embalagens assépticas cartonadas, as famosas caixinhas, rendeu-se às embalagens plásticas flexíveis. Pelo menos é o que nos faz crer o anúncio da aquisição de 100% da Scholle IPN, conhecida por seus sistemas bag-in-box. A negociação deixa claro uma tendência que há muito se consolida globalmente: o avanço das embalagens plásticas flexíveis como uma solução sustentável para alimentos, bebidas e tantos outros produtos.No caso específico da SIG/Scholle, o foco são as soluções para bebidas e outros líquidos. O interesse é tamanho que a transação foi feita por um valor significativo: € 1,36 bilhão. Vale lembrar que a dívida existente da Scholle IPN será refinanciada no fechamento do negócio, previsto para final do terceiro trimestre de 2022, se tudo correr bem nos trâmites habituais.
A aquisição garante à SIG uma outra vantagem: a diversificação de sua exposição em mercados emergentes onde, sabidamente, as embalagens plásticas flexíveis são um trunfo importante para a comercialização de bebidas e afins. Assim, a empresa inclui em seu portfólio de soluções para estes mercados, os sistemas bag-in-box e os pouches com bocal (spouted pouches), mirando os clientes varejistas, institucionais e industriais. Ou seja, uma manobra interessante para garantir crescimento e agregar valor.
Como sentenciou Samuel Sigrist, CEO da SIG, durante o anúncio: “A aquisição da Scholle IPN consolida a SIG como líder mundial em embalagens inovadoras e sustentáveis para alimentos e bebidas. Esta negociação é consistente com nossa estratégia de expansão geográfica e de categoria, acompanhada de ganhos de participação em mercados chave. Ao proporcionar benefícios claros para os clientes, consumidores e meio ambiente, agregamos valor para os acionistas”.
Também fica claro uma estratégia focada no mercado norte-americano, onde as embalagens cartonadas assépticas nunca tiveram muita representatividade. Por estar sediada nos EUA e ter 55% de sua receita proveniente deste mercado, a Scholle IPN garantirá à SIG capilaridade na região. No reverso, a Scholle poderá expandir seu portfólio para mercados emergentes da Ásia Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África, onde a SIG tem presença estabelecida.
É isso, o jogo do ganha-ganha está na mesa e a mensagem que fica: reflita sobre seu negócio e diversifique! Não é porque sua empresa sempre produziu embalagens rígidas, que os flexíveis não podem ser incorporados ao portfólio de produtos. O importante é atender ao mercado com a melhor solução e, mais do que nunca, as embalagens plásticas flexíveis despontam como uma solução bastante interessante.
Nas palavras de Laurens Last, presidente da Schole IPN: “Esta combinação é atrativa para nossos clientes que se beneficiarão de nossas capacidades e de uma experiência amplificada em soluções de embalagens para líquidos.”.
Vale lembrar ainda que o avanço do sistema bag-in-box tem sido impulsionado pela migração das embalagens rígidas para as flexíveis, por ‘n’ motivos, mas o principal deles a significativa redução de quantidade de material necessária para embalar o produto. Há anos a Scholle investe na redução do peso de suas embalagens e no desenvolvimento de estruturas mono material projetadas para a reciclagem.
Ao que tudo indica, um salto importante no sistema será a aplicação da expertise da SIG, em tecnologia asséptica, nos sistemas bag-in-box e nos pouches, a fim de reduzir as emissões de carbono e o desperdício de alimentos. Pelo histórico das empresas, dá para apostar que os dois primeiros mercados alvo serão vinho e água.
É esperar para ver e torcer para que dê certo. Assim, mais uma vez, o potencial das embalagens plásticas flexíveis será comprovado.
*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).
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