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FLEX TENDÊNCIA MAIO 2021

Embalagens flexíveis sofrem com o agravamento da pandemia

Por Liliam Benzi*

A economia brasileira segue em ritmo de incerteza, principalmente por conta da Covid-19 e já há reflexos desta situação na indústria de embalagens plásticas flexíveis. Uma análise dos primeiros três meses de 2021 mostra que os altos custos dos fretes internacionais, somados à desvalorização da moeda local, dificultaram a importação de alguns insumos cruciais para a indústria.O país também viu grande parte dos setores da economia com suas atividades reduzidas pelas restrições impostas pela pandemia. Isto, aliado às altas taxas de inflação, fez com que o consumidor final diminuísse seus gastos, levando a uma menor atividade industrial.Alguns setores ligados a bens duráveis tiveram um bom desempenho no primeiro bimestre de 2021 – construção civil, linha branca, móveis e brinquedos, com crescimento superior a 10% na comparação com o mesmo período de 2020. Contudo, setores como alimentos, bebidas e higiene pessoal, apresentaram um comportamento abaixo do esperado nessa mesma base de comparação.

A produção industrial em janeiro cresceu 0,4% em relação ao mês anterior, mas em fevereiro já caiu 0,7% em comparação a janeiro e a estimativa é que tenha caído 2% em março. A justificativa: o agravamento da pandemia. Os impactos foram sentidos na indústria do plástico onde várias empresas reportaram uma menor atividade em março do que nos meses anteriores.

Na indústria de flexíveis não foi diferente. Pesquisa feita pela Maxiquim, com exclusividade para a ABIEF, indica que no primeiro trimestre de 2021 o setor registrou uma produção inferior ao trimestre anterior, com uma queda aproximada de 1%, fechando em 493 mil toneladas produzidas. Por aplicação, este volume foi dividido em embalagens multicamadas, com 165 mil ton; monocamada, 157 mil ton; shrink, 70 mil ton; stretch, 54 mil ton; sacolas e sacos, 40 mil ton; outros, 7 mil ton.

Os setores que mais puxaram o desempenho para baixo foram bebidas, produtos de limpeza e agropecuária. O setor de alimentos continuou líder no consumo de flexíveis com 228 mil ton, seguido por aplicações industriais, 93 mil toneladas; bebidas, 50 mil ton; descartáveis, 40 mil ton; limpeza doméstica, 27 mil ton; higiene pessoal, 20 mil ton; e agropecuária, 17 mil ton. O restante ficou dividido entre pet food e outras aplicações menores.

Segundo o Presidente da ABIEF, empresário Rogério Mani, “A baixa disponibilidade de resinas nos mercados local e internacional também afetou o setor. A nevasca do Texas, em fevereiro, prejudicou muito a produção de polietileno (PE) e de polipropileno (PP) nos EUA, um importante fornecedor para o Brasil; essas unidades ainda não retomaram a totalidade de sua produção. Assim, a disponibilidade de resinas ficou limitada, aumentando os preços que já estavam altos. O setor de transformação sentiu uma redução significativa de margem, por não conseguir repassar os aumentos integralmente”.

As vendas internas de poliolefinas caíram 2% no 4T de 2020 na comparação com o trimestre anterior, mas houve um aumento de 25% na comparação com o 4T 19. Para o 1T de 2021, o estudo da Maxiquim estima um aumento aproximado de 2% no comparativo com o trimestre anterior e de 19% na comparação com o 1T de 2020.

A baixa disponibilidade de resinas segue no mercado internacional, principalmente nos EUA, ainda por conta dos eventos climáticos que diminuíram o excedente de resinas dedicado à exportação para a América Latina.

Sobre perspectivas? O setor está confiante de que maio será um mês mais positivo, apesar do desempenho ainda precário em abril. Mas de certo mesmo, fica a mensagem que o Presidente da ABIEF em texto recém-publicado: “A hora é de todos buscarem, juntos, o bom senso e, acima de tudo, todos devem se manter vivos e saudáveis pois o mundo não é mais o mesmo e o tempo é implacável”.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano 2018 pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).

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