skip to Main Content

Petroquímicas sinalizam movimentos positivos

11 de Dezembro de 2020

Por Liliam Benzi*

Num momento em que as empresas estão fazendo seus orçamentos e projeções para 2021, cai como uma luva tentar prever alguns cenários para o setor petroquímico. Além de enfrentar a pandemia – e em parte por causa dela – o fornecimento de resinas foi afetado e o preço chegou a patamares assustadores. Portanto, entender como se comportarão fornecimento, estoques, logística e preços das resinas foi a proposta do webinar que a ABIEF organizou em parceria com a consultoria internacional ICIS e com a Abiplast.

Segundo os especialistas, a grande questão é o que virá após a pandemia. As ofertas se normalizarão? Como os preços se comportarão se o preço internacional do petróleo segue inferior ao nível pré pademia? Sobre estas questões, os especialistas da ICIS acreditam que a volatilidade da demanda entre os vários setores continuará impactando na cadeia de suprimentos em relação a preço e a disponibilidade de matérias-primas. Ou seja, a demanda de grandes setores ainda deverá interferir em todas as indústrias no quesito disputa por matéria-prima.

E apesar da indústria de embalagens plásticas flexíveis ter crescido 4,3% nos primeiros nove meses de 2020, enquanto o PIB foi negativo, é preciso estar atento e ser cauteloso. E principalmente, levar em consideração as macrotendências que devem reger a cadeia de suprimentos e que, segundo a ICIS, são:

  • atraso nos investimentos das petroquímicas;
  • localização da cadeia de suprimentos (levar o investimento para onde está a demanda);
  • recuperação das demandas e disponibilidade das matérias-primas;
  • maior concentração em sustentabilidade (maior exigência dos consumidores e dos legisladores que devem levar ao aumento do reuso e da reciclagem do plástico).

Sobre reciclagem, a ICIS explica que apesar da alta na demanda de materiais reciclados, a pandemia reduziu a sua disponibilidade pela dificuldade com a coleta. Mas existe uma alavanca forte por trás deste setor que é o ‘Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico’ capitaneado pela Fundação Ellen MacArthur.

O compromisso prevê que 17% das empresas eliminarão embalagens problemáticas; 2% das embalagens plásticas serão reutilizáveis; 65% das embalagens plásticas serão reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis; haverá 6% de conteúdo reciclado pós-consumo em embalagens plásticas; e 47% das empresas divulgarão publicamente seus volumes de embalagens plásticas.

O preço da matéria-prima reciclada segue em alta e cada vez mais descolado do valor do material virgem; mesmo assim, há diversas iniciativas em embalagem flexível usando as resinas recicladas. Uma dica para acompanhar os movimentos do setor é monitorar as ações do Recycling Partnership, dos EUA.

Mas como sentenciou o Presidente da ABIEF, empresário Rogério Mani, “ainda sofreremos em 2021 mesmo com uma disponibilidade de PE (polietileno) um pouco melhor por conta das novas capacidades dos EUA, apesar de possíveis atrasos devido à pandemia. A situação será mais complicada para PVC e PP (polipropileno). A boa notícia é que o material reciclado veio para ficar e será, cada vez mais, um diferencial para produtos e marcas, via embalagem”.

O estudo da ICIS estima que a demanda de PE supere o desempenho da economia em geral especialmente em embalagens para alimentos essenciais e bens não duráveis. Mas o fornecimento de eteno já deve aumentar no início de 2021, com a redução da manutenção e das interrupções dos crackers. Espera-se que os produtores regionais de PE aumentem suas taxas operacionais à medida em que a disponibilidade de matéria-prima aumentar e a demanda melhorar.

Em relação ao PP, a melhora da demanda e a redução da oferta ainda pressionarão os preços para cima, a curto prazo. O fornecimento de propeno deve aumentar no início de 2021 e os produtores regionais também deverão aumentar as taxas de operação. A boa notícia é que o recém completado projeto de PP ‘Delta’ da Braskem, no Texas (EUA), de 450.000 toneladas/ano, já produz com 95% de sua capacidade.

“Prudência, atenção e previsibilidade são as bases para evitar maiores danos para a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis no novo ano que se aproxima”, aconselha Rogério Mani, Presidente da ABIEF.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano 2018 pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (
ldbcom@uol.com.br). 

This Post Has 0 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top